O glúten pode causar infertilidade e outros

O glúten pode causar infertilidade


Casais com infertilidade e abortos inexplicados devem fazer rastreamento para a doença celíaca

A intolerância ao glúten, chamada doença celíaca, é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por intolerância ao glúten contido no trigo e em cereais afins. O glúten representa 80% das proteínas do trigo e é composto pela mistura de gliadina e glutenina.
A doença celíaca é causada por uma resposta imunológica do organismo mas, apesar de ser frequentemente chamada de alergia ao glúten, não é um processo alérgico, e sim autoimune que compromete a mucosa intestinal dificultando a absorção de nutrientes. Os sintomas característicos são a diarreia, vômito, perda de peso, dor abdominal, aumento de gases, “estufamento” e perda de apetite.
Entretanto nem sempre apresenta este quadro clínico tão bem definido. Podem ter sintomas exclusivos de infertilidade feminina e masculina devido a seus múltiplos efeitos na nutrição nos fatores de imunidade e nos hormônios ou estar associada aos sintomas característicos acima descritos. Os mecanismos não são totalmente claros, mas a infertilidade nestes casos é alta e normalmente reversível com o controle rígido da dieta.
O que se sabe hoje é que a doença celíaca provoca má absorção de nutrientes importantes para o sistema reprodutor, como ferro, ácido fólico, vitamina K, B12, B6 e outras vitaminas lipossolúveis, que poderiam ser também responsáveis por malformações congênitas.
A infertilidade e os abortos podem ser os únicos sinais da doença
Muitas vezes o único sinal da doença, que é muitas vezes negligenciado, é a presença de subfertilidade ou a infertilidade, uma vez que muitas pesquisas apontam uma ligação entre sensibilidade ao glúten e desordens reprodutivas na mulher. Alguns estudos demonstraram que a prevalência de doença celíaca em mulheres com fertilidade inexplicada é maior do que a população em geral. A doença celíaca é demonstrada em cerca de 1% da população geral enquanto nas mulheres, com infertilidade inexplicada, a prevalência é de até 8%. Portanto, é recomendável que, em mulheres com infertilidade inexplicada, faça-se o rastreamento esta doença.
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Mulheres com sintomas discretos da doença celíaca podem ainda apresentara primeira menstruação numa fase tardia da vida (menarca tardia), menopausa precoce e ainda maior frequência de amenorreia secundária (falta de menstruação). Além disso, mesmo nos casos em que a gravidez é obtida, tem sido demonstrado que, em mulheres com doença celíaca não tratadas, a taxa de abortoespontâneo é maior que a encontrada na população geral; nestes casos o risco relativo de aborto múltiplo e recém-nascidos de baixo peso é 8-9 vezes maior do que o da população geral.
Homens com doença celíaca podem ter disfunção gonadal, o que poderia levar a problemas de fertilidade.
As mulheres são diagnosticadas com muito mais frequência do que os homens: Até 70% das pessoas diagnosticadas com a doença são do sexo feminino, em parte porque mais mulheres do que homens realmente têm a doença, e em parte porque as mulheres são mais propensos a procurar um diagnóstico para os seus problemas de saúde. A infertilidade pode ser um sinal da doença.

Cólicas e Endometriose
Pesquisas tem sido realizadas para avaliar a ligação entre a doença celíaca, a dor menstrual crônica e a endometriose e, algumas delas, indicaram que é provável esta conexão . Na verdade, um estudo abrangente de problemas reprodutivos em mulheres com doença celíaca descobriu que quase 5% das mulheres citaram “transtornos do ciclo menstrual” como seus principais sintomas da doença celíaca.
Embora haja poucas pesquisas sobre a incidência desse tipo de dor menstrual em mulheres com doença celíaca, um trabalho científico publicado mostrou alívio de cólicas menstruais dolorosas e dor pélvica em uma mulher que foi diagnosticado com a doença celíaca e começou a seguir a dieta sem glúten.
Curiosamente, tem havido vários relatos de mulheres que sofriam de cólicas menstruais extremamente dolorosas que melhoraram ou desapareceram quando elas foram diagnosticadas com a doença celíaca e começaram a comer dieta sem glúten.
Portanto, a endometriose pode também estar relacionada com doença celíaca.
Endometriose é uma condição em que as células uterinas crescem fora do útero e podem causar dor pélvica crônica, forte cólica menstrual, dor durante a relação sexual e até mesmo distúrbios do sono. No entanto, em alguns casos, a endometriose não tem nenhum sintoma óbvio e é muitas vezes descoberta durante os testes para a infertilidade. Embora existam poucos estudos sobre possíveis ligações entre a doença celíaca e endometriose, alguns relatos de mulheres com doença celíaca, indicam que a endometriose pode ser mais comum nestas mulheres com doença celíaca do que na população em geral. Estudos demonstraram que a doença celíaca é quatro vezes mais comum em mulheres com endometriose.
SINTOMAS DA DOENÇA COM QUADRO CLÍNICO EVIDENTE
• Diarreia
• Vômito
• Perda de peso
• Dor abdominal
• Aumento de gases
• Estufamento
• Perda de apetite
SINTOMAS DA DOENÇA COM QUADRO CLÍNICO “NÃO PERCEBIDO”
Efeitos na fertilidade na mulher
• Atraso puberal
• Amenorreia
• Endometriose
• Abortos espontâneos
• Presença de aftas frequentes e dolorosas
• Menopausa precoce
Efeitos na fertilidade no homem
• Espermatozoides anormais (forma alterada e número reduzido)
• Níveis mais baixos de testosterona.
Efeitos na gestação
• Anemia grave
• Ameaça de aborto
• Descolamento prematuro da placenta
• Hipertensão arterial e retardo de crescimento intrauterino
• Abortos recorrentes
• Recém-nascido com baixo peso ao nascer
• Natimortos
• Redução na duração da lactação
Outros problemas
• Anemia
• Osteoporose
• Distúrbios da tireóide
Exames:
Anticorpos a serem pesquisados:
• anti-TTG (Anticorpo antitransglutaminase)
• anti-EMA (Anticorpo antiendomísio)
• Anticorpo antigliadina
• IgA (se estiver baixo poderá confundir um falso negativo)
Teste genético:
• HlA-DQ2 e/ou DQ8.
A grande maioria dos pacientes celíacos e 30% da população geral apresentam HLA-DQ2 e/ou DQ8. Assim, a presença de um desses dois alelos tem boa sensibilidade, mas baixa especificidade
Tratamento
O tratamento baseia-se exclusivamente na dieta alimentar. Deve se excluir do cardápio produtos industrializados com a presença de glúten como pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas, cervejas, whisky, vodka,etc, quando estes alimentos possuírem o glúten em sua composição ou processo de fabricação. Um desafio para aqueles que adoram este tipo de comida. Devido a exclusão total de alguns alimentos ricos em carboidratos e fibras, esta dieta e é composta em sua maior parte de gorduras (margarina, manteigas, óleos, etc) e proteínas (carne em geral) e em menor parte de carboidratos (massas sem glúten, açúcares, etc). Todo Celíaco que não transgride a doença tende a ter um aumento do peso corporal, e desta forma deve ter uma dieta equilibrada. Para tanto, deve diminuir a ingestão de proteínas, moderar o consumo de gorduras e aumentar o consumo de frutas, sucos naturais, verduras e legumes, tornando sua alimentação mais adequada e saudável. O Malte, muito questionado, é um produto da fermentação da cevada, portanto apresenta também uma fração de glúten. Os produtos que contenham malte, xarope de malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca.
Conclusão
Altas taxas de infertilidade em mulheres com doença celíaca
Estudos encontraram taxas de doença celíaca em cerca de 4% em mulheres com infertilidade inexplicável.
Infertilidade ou aborto inexplicado? Considerar pesquisar Intolerância ao Glúten – Doença Celíaca
Muitos pesquisadores e médicos recomendam que você seja rastreada para a doença celíaca se tiver infertilidade inexplicada.
 http://www.ipgo.com.br/o-gluten-pode-causar-infertilidade/
Abortos de repetição tb podem ser causados pela doença celíaca nos homens que podem ter seus espermatozoides com má formação. Isso faz com que o haja má formação do feto que é abortado.Mesmo sendo férteis.

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